quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Grosseria

Texto simplesmente genial, enviado por uma pessoa absurdamente especial para mim, que reproduzo aqui sem a autorização do autor, mas com a autorização de quem me mandou (e que, para mim, é o que vale).

Grosseria

Por Denys Presman

Existe uma certa beleza na grosseria.

Algo que as pessoas não entendem a primeira vista. É uma clareza de raciocínio, é uma objetividade nas ações.

A grosseria não tem meio termo. Quando quer, quer pra caralho, e quando não quer, vai tomar no cu.

Recado dado e pronto. É a linguagem mais simples do mundo.

E não pára por aí. Alguém já viu um grosseirão mentir? Pessoas grosseiras não mentem. Sim, é uma afirmativa: a honestidade é um aspecto da grosseria.

Aliás, muito utilizada nas conquistas amorosas.

Um grosseirão vê uma menina bonita, olha para ela, chega perto, e mostra toda a sua sinceridade:

- Ô “duçura”, coisa fofa do papai, você é tão linda que me deixa de pau duro.

(É isso mesmo? É!) Percebam a sinceridade na sentença. A preocupação em ser doce com seu objeto de desejo, sem ser falso com seus objetivos.

Toda a delicadeza da grosseria. A maneira como ele tenta adjetivar a sua musa e a franqueza como demonstra suas emoções.

E ainda assim, é mal compreendido, leva um tapa cara. Como se não tivesse sentimentos.

- Sentimento é o caralho, tá me estranhando?

Ou como se ela, a menina, a “duçura”, a coisa fofa, também não tivesse apetite sexual, um tremendo apetite sexual. Quem foi cínico na história? Quem omitiu suas vontades?

Em mundo mais equilibrado e mais honesto a grosseria seria ensinada nas escolas. Seria passada de pai para filho. Geração para geração. Haveria cartilhas e dicas de como ser pro ativamente grosseiro.

A sinceridade estaria por toda parte.

- Oi tudo bom?
- Não, minha mãe morreu.
- Foda-se, não conhecia a velha.

Seria o fim das falsidades, dos elogios vazios, dos papos chatos.

Sempre haveria uma saída que seria socialmente aceita. E o melhor de tudo, é que se este mundo não desse certo, a gente poderia simplesmente mandá-lo para a casa do caralho.

Abraços,

Neo

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, adorei o texto, quem o descobriu?
Beijos

Denys - Woden Brasil disse...

O autor dá autorização agora.

grande abraço,

Denys